Nessa quarta-feira, 29 de julho, o Banco Central anunciou que colocará em circulação uma  nova nota de R$ 200.

Além dos memes, para muita gente (de mais idade, como eu) veio a lembrança da época de inflação crônica, em que a introdução de cédulas de valores cada vez maiores era muito comum.

Entretanto, quando olhamos a inflação atual, ela raramente foi mais baixa do que agora. Por que, então, o Banco Central resolveu lançar essa cédula?

Em uma resposta curta foi porque aumentou a demanda por papel moeda. Ou seja, as pessoas e empresas estão mantendo um montante maior de cédulas do que costumavam antes da pandemia.

Isto é exatamente o contrário do que acontecia quando convivíamos com taxas de dois dígitos ao mês.

Quanto mais alta é a taxa de inflação menor é a demanda por papel moeda, porque ela “derrete” mais rápido, isto é, ela perde poder de compra mais rapidamente.

Assim, nesse ambiente as pessoas preferem trocar por ativos que recebam juros que compensem, pelo menos parcialmente, a perda de poder aquisitivo.

Essa demanda maior por papel moeda se deve a uma maior poupança precaucional por grande parte das pessoas que estão recebendo o  auxílio emergencial de R$ 600 mensais e que não têm conta bancária.

Diante das incertezas econômicas que essas pessoas estão passando, elas buscam gastar hoje o mínimo necessário.

Além disso, dado o maior isolamento social, boa parte das pessoas deve ter diminuído a frequência de saques, fazendo com que aumentasse o valor de cada saque e o valor médio mantido em papel moeda em suas casas.

Outra possibilidade é que esse aumento da demanda por moeda seja puxado, pelo menos parcialmente, por uma maior informalidade da economia.

O Banco Central, por sua vez, está aumentando a oferta de papel-moeda, isto é, imprimindo mais cédulas e colocando em circulação.

Imprimir cédulas de R$ 2 ou R$ 200 custa praticamente a mesma coisa, mas para atender a uma determinada demanda pode-se diminuir o custo total imprimindo cédulas de R$ 200, porque a quantidade de cédulas impressas é menor do que fazê-lo com notas de R$ 2.

Se o foco for excessivo na minimização do custo de imprimir dinheiro, poderá impactar na falta de cédulas de menor valor para facilitar o troco.

Há uma chance de que essa seja a última nota nova de real a ser criado por um bom tempo. Pois, com a implantação do PIX (sistema de transferência eletrônica instantânea do  Banco  Central, que deve entrar em operação esse ano) e com uma política de bancarização voltada para pessoas que estão necessitando do auxílio emergencial e não tem conta bancária, a demanda por papel moeda deve cair muito.

Nessa realidade, que não está tão distante, a falta de troco será coisa do passado e guardar dinheiro debaixo do colchão talvez se torne uma expressão que poucos entenderão, assim como hoje é a expressão “santo do pau oco”.


 

Fonte- Jornal Contábil

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