Se você decidiu empreender e ter o seu próprio negócio, definir o ramo de atividade é, praticamente, a primeira decisão que precisa tomar na hora de abrir empresa.

Ramo de atividade nada mais é do que o segmento dentro do qual a sua empresa vai atuar, que pode ser indústria, comércio ou prestação de serviços. Podemos até ir mais longe e dizer que o ramo de atividade é uma escolha quase que “inconsciente” do empreendedor.

Por exemplo, se você gosta de produzir móveis artesanais, o segmento no qual vai atuar é a indústria, e você não havia pensado nela inicialmente, concorda?

Já se tem paixão em atender o público e o seu sonho é ter uma loja de roupas, o seu ramo de atividade é o comércio, e assim por diante.

Ainda que pareça simples, essa escolha tem forte influência no sucesso (ou fracasso) do seu negócio.

A definição do ramo de atividade deve fazer parte do planejamento estratégico de qualquer negócio e, para chegar à melhor escolha, é preciso considerar questões como área de conhecimento, público-alvo, concorrência, entre outras.

Confira, agora, tudo o que você precisa entender sobre o tema para tirar o seu projeto do papel e torná-lo realidade!


O que é ramo de atividade?
Ramo de atividade é a definição da área na qual a sua empresa vai atuar, que pode ser indústria, comércio ou serviço.

1. Indústria
O segmento industrial é caracterizado pela transformação de matéria-prima em produtos a serem comercializados posteriormente.

Em outras palavras, consiste em alterar um insumo para que esse se torne um item que pode ser vendido e/ou consumido.

2. Comércio
Já o comércio é o responsável pela venda dos produtos fabricados pela indústria. Nesse caso, estamos falando de lojas, supermercados, farmácias, entre outros.

O comércio pode ser varejista, que é a venda direta, em pequenas quantidades, para o consumidor final; ou atacadista, que consiste na venda em grandes quantidades, geralmente para outras empresas que têm objetivo de revenda.

Aqui, vale um adendo. Talvez você já tenha visto alguma empresa com o nome de “Indústria e Comércio”. Isso quer dizer que a mesma organização que fabrica os produtos, também os vende.

Isso é comum, válido e costuma acontecer, por exemplo, com fábrica de móveis, de itens plásticos, eletrônicos, entre outros.

3. Serviços
O terceiro ramo de atividade é a prestação de serviços. Esse segmento não lida com fabricação ou venda de qualquer tipo de produto, mas sim com a oferta de mão de obra. Trata-se de profissionais ou empresas que ofertam o seu trabalho ao consumidor, auxiliando-o em diversas questões e necessidades.


Exemplos de ramo de atividade
Para o conceito de ramo de atividade ficar ainda mais claro, veja alguns exemplos de segmentos que podem ser exercidos dentro de cada um deles.

1. Indústria
Fabricação de:

cosméticos;
laticínios;
roupas;
móveis;
automóveis;
equipamentos eletrônicos.
—-

2. Comércio
Venda de:

roupas;
medicamentos (farmácia);
cosméticos (perfumaria);
alimentos (restaurante, açougue, mercado, padaria);
bebidas (bar, adega);
ferragens.
—-

3. Serviços
Prestação de serviços de:

psicologia;
advocacia;
odontologia;
consultoria;
lavanderia;
tatuagens;
educação (escolas e cursos)


Como definir o seu ramo de atividade? Passo a passo!
Anteriormente, havíamos mencionado que a definição do ramo de atividade de uma empresa é algo quase inconsciente quando se procura saber como abrir empresa, se lembra? O que queremos dizer é que, dificilmente, uma pessoa que está iniciando o seu próprio negócio pensa “Ok, vou montar uma indústria. O que posso fazer dentro dessa área?”

Geralmente, é o contrário. Primeiro, você tem em mente a atividade que gostaria de transformar em negócio e, só depois, na hora de formalizar o seu negócio, se atenta a qual ramo de atividade ela vai pertencer.

Ainda assim, há uma série de pontos que merecem a sua atenção. E um dos principais motivos é buscar reduzir os riscos de a sua empresa não dar certo, seja por questões financeiras ou de falta de público.

Por isso, na hora de definir o seu ramo de atividade, é preciso que você:

– considere uma área de atuação que realmente goste;
– tenha conhecimento sobre o segmento;
– conheça bem o seu público-alvo;
– faça uma análise da concorrência;
– pense no futuro do seu negócio;
– calcule o investimento necessário.

Lembre-se que você, mais do que qualquer outra pessoa, precisará se dedicar ao máximo para que a sua empresa dê certo. Considerando isso, nada pior do que trabalhar com algo que não lhe motive a levantar todos os dias, concorda?

Por todos esses pontos, o primeiro passo para definir o seu ramo de atividade é escolher uma atividade que goste verdadeiramente de exercer.

Dica de leitura: “8 Características de um empreendedor: aprenda como desenvolvê-las”.

2. Tenha conhecimento sobre o segmento
Mas não basta gostar, é preciso conhecer profundamente o segmento no qual pretende atuar.

Obviamente, muitas práticas são adquiridas no dia a dia, tendo como base, por exemplo, os erros e os acertos. No entanto, é bem importante que você conheça o máximo que puder sobre a atividade que vai exercer antes de iniciar. Aqui, estamos falando de estudos, especializações e tudo mais o que possa trazer conhecimento para abrir e “tocar” a sua empresa.
Em resumo, é muito importante que, como empreendedor, você saiba como aprender e se desenvolver.


3. Conheça bem o seu público-alvo
Ainda que a sua empresa seja um sonho pessoal, antes de torná-la realidade é muito importante constatar se o que pretende oferecer vai, de fato, atender as necessidades dos consumidores.

Por exemplo, não é raro uma pessoa ter uma ideia incrível, mas, naquele momento, não encontrar público para comprar o que está sendo comercializado, seja por falta de conhecimento dos consumidores, por ser uma novidade no mercado etc.

Por isso, antes de definir o seu ramo de atividade, é bem importante fazer uma pesquisa de mercado que abranja questões como:

O meu produto, ou serviço, é interessante para as pessoas?
Quais soluções eu trago para a vida dos clientes com a minha oferta?
O local onde pretendo atuar é o mais indicado para o meu tipo de negócio?
Com respostas para questões como essas você consegue diminuir bastante as chances de a sua empresa não dar certo.


4. Faça uma análise da concorrência
Outro ponto de suma importância para o sucesso de qualquer empresa é conhecer os seus concorrentes. Aqui, estamos falando sobre ir além apenas descobrir com quantos negócios do mesmo ramo de atividade você está disputando público e espaço.
O interessante é estudar a concorrência, conhecer os seus pontos fortes e fracos e, com base nisso, encontrar diferenciais que tornem a sua marca mais atraente para os clientes.


5. Pense no futuro do seu negócio
Outro passo bem importante para definição do ramo de atividade é pensar em médio e longo prazo.

Para isso, você pode responder a seguinte questão: “O meu negócio tem chance de continuar com o mesmo sucesso daqui 5 ou 10 anos?”

O que estamos querendo dizer é que é fundamental considerar uma atividade que se mantenha atual e necessária mesmo com o passar do tempo.

Isso quer dizer que a sua empresa precisa atender com a mesma abrangência as necessidades das pessoas hoje e no futuro.

Esse cuidado ajuda a garantir que o seu negócio não seja somente algo passageiro, ou que atenda apenas a um modismo da época de abertura.


Calcule o investimento necessário
Por fim, mas tão importante quanto os demais pontos, é considerar o investimento necessário para atuar no ramo de atividade escolhido. O investimento inicial de uma empresa consiste no valor que você precisa ter para tornar o seu negócio uma realidade.

Por vezes, é comum que o empreendedor não tenha todo o recurso financeiro do qual precisa.

Quando isso acontece, pode ser preciso buscar apoio externo, como ajuda de amigos, familiares, empréstimos bancários e, dependendo do porte da empresa, até de um investidor anjo.

A ideia, no entanto, é evitar que o seu negócio já abra as portas com grandes dívidas, o que pode comprometer a saúde financeira da sua empresa.


Por que pensar no ramo de atividade antes de abrir uma empresa?
Quando uma pessoa vai abrir uma empresa, diversos fatores precisam ser estudados e considerados.

O objeto social, por exemplo, vai definir em contrato qual o propósito da sua empresa e quais atividades serão realizadas.

Além disso, é preciso escolher a natureza jurídica, que define as regras que deverão ser cumpridas pelos sócios, as obrigações, direitos e benefícios da empresa.

Entre os tipos de natureza jurídica, a sua empresa pode ser MEI (Microempreendedor Individual); Eireli (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada); Sociedade Anônima, Sociedade Simples Limitada; ou Sociedade Limitada Unipessoal.

Fora o tipo de empresa que pode ser aberta, também é preciso escolher a CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) correta.

Esse código identifica os produtos fabricados e/ou comercializados, bem como os serviços prestados por um negócio.

Com base nele é definido o enquadramento fiscal da sua empresa, ou seja, quais impostos precisam ser pagos, quais obrigações acessórias transmitidas e quais incentivos fiscais podem lhe beneficiar.

Entenda tudo sobre o tema no artigo “Porque você não deve escolher um CNAE divergente da atividade da empresa”

Tudo isso, somado ao ramo de atividade, deve ser definido antes de “abrir as portas” da sua empresa.

O principal motivo é que todas essas questões fazem parte do planejamento estratégico de um negócio.

É esse plano de ação que vai lhe mostrar quais caminhos seguir, os riscos que podem ser minimizados, entre outros pontos que impactam diretamente no sucesso da sua empresa.

Para não errar em nenhum desses pontos, o mais indicado é que você conte com o apoio de um contador desde os primeiros passos.

Esse profissional vai lhe ajudar a tomar as melhores decisões que vão influenciar até mesmo nos gastos mensais do seu negócio, como o pagamento de tributos.

Jornal Contábil

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