O avanço dos investimentos foi o que mais chamou a atenção dos economistas no resultado no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que cresceu 0,8%. Mas foi o setor de serviços que puxou o crescimento, amparado pelo consumo das famílias e por um incremento gradual na renda do brasileiro.

A economia cresceu em linha com as expectativas do mercado, que previa um resultado melhor que no segundo trimestre, prejudicado pelas perdas vistas na greve dos caminhoneiros.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Em 2017, o PIB teve uma alta de 1,1% segundo dados revisados pelo IBGE, após dois anos consecutivos de retração. No 1º e no 2º trimestres, a alta foi de 0,2%.

Por ter o maior peso no PIB, o setor de serviços puxou mais uma vez o crescimento do país, sinalizando para uma recuperação gradual do nível de consumo.

O consumo das famílias manteve trajetória de recuperação, com alta de 0,6%, o melhor resultado desde o 3º trimestre de 2017.

“Existe um cenário favorável para a demanda interna, com queda da inadimplência e um orçamento familiar mais ajustado”, explica o economista-chefe da Go Associados, Eduardo Velho.

Para Palis, o consumo das famílias manteve trajetória de recuperação da economia. “O crescimento do PIB, se deve ao crescimento da demanda interna principalmente pelo consumo das famílias, influenciado pela melhora no mercado de trabalho, no crescimento da ocupação de emprego com o crescimento da remuneração média, apesar desse crescimento ter sido de uma qualidade um pouco pior”, avaliou Rebeca Palis, gerente da pesquisa do IBGE.

Cálculo ‘inflou’ os investimentos
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – que mede o quanto o país investe em máquinas, equipamentos e pesquisa – cresceu 6,6% na comparação com o trimestre anterior, o melhor resultado desde o quarto trimestre de 2009.

Embora seja um sinal de que os investimentos ganharam tração, parte desse crescimento foi “inflada” pelas mudanças no regime de tributação do setor de óleo e gás, o Repetro, e pelo novo cálculo do IBGE, que passou a considerar a importação de plataformas de petróleo como investimento dentro do PIB.

“Com essa mudança, o país já pode incorporar o ativo [plataformas de petróleo] e vai continuar não pagando imposto. Então, houve uma importação fictícia – você aumenta a oferta, que reflete na formação bruta de capital fixo”, explicou ao IBGE.

A incorporação de 82 plataformas petrolíferas no país gera uma mudança considerável no resultado, avalia o pesquisador Claudio Considera, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O cálculo deu impulso para máquinas e equipamentos, e também para as importações, que cresceram 10,2%, maior avanço desde o segundo trimestre de 2016.

Para o economista Jason Vieira, ainda que a nova metodologia tenha favorecido este componente do PIB, existe uma nítida melhora nos investimentos em bens de capital (bens que produzem outros bens, como máquinas da indústria).

“O que importa é a consequência desse aumento [dos investimentos], que gera uma perspectiva muito positiva para a economia. Quando se investe mais, a indústria e serviços são beneficiados”, explica Vieira.

A taxa de investimentos vinha caindo substancialmente desde 2013, após atingir o ápice, e só voltou a crescer em 2017. Mas está longe de recuperar as perdas em torno de 30% no período de crise. Agora, está no patamar de 16,9%.

O economista-chefe da Go Associados, Eduardo Velho, destaca que a melhora nos investimentos ajuda a aumentar a oferta. “Quando a economia está crescendo, a maior capacidade do setor produtivo impacta menos na inflacão”.

Para Velho, mesmo que não se observe um aumento da capacidade na indústria, há um cenário mais favorável para investir em termo custos, como as taxas de juros. “Isso sinaliza que há uma sustentabilidade para o crescimento econômico”, diz.

Se o IBGE não considerasse as plataformas, o crescimento dos investimentos viria pela metade, mas continuaria positivo, na visão de Considera, da FGV “Os empresários têm investido regularmente no setor de máquinas e equipamentos nos últimos trimestres”.

Na lanterninha da recuperação, segue a construção civil, que apesar da alta de 0,7% na comparação com o 2º trimestre, registrou a 18ª queda seguida na comparação interanual e continua limitando a recuperação dos investimentos no país.

Fonte: G1 Globo

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